Forças da natureza retratadas em bloco no
Carnaval de Garopaba (SC)
O Instituto Monitoramento
Mirim Costeiro (IMMC), juntamente com o Maracatu Baque Encantado, ambos de
Garopaba (SC), vão sair batucando pelas ruas garopabenses neste Carnaval. Os
quatro elementos da natureza e os animais marinhos, além da questão do
plástico, problema atual que impacta a vida marinha, serão mostrados nas
fantasias das alas que ainda terão os ‘guardiões dos oceanos’. O desfile do
Bloco ‘Forças da Natureza’ sairá da Praça Central da cidade e percorrerá
algumas ruas seguindo para a Praça 21 de abril no centro histórico, onde farão
evoluções com muito ritmo, canções e dança.
Mostrar as forças
da natureza e foliões ecologicamente responsáveis. Este é o mote do Bloco de
Carnaval que o Instituto Monitoramento Mirim Costeiro (IMMC), juntamente com o
Maracatu Baque Encantado, estão preparando para o desfile deste sábado de
Carnaval, dia 02 de março, às 18h. Toda a comunidade garopabense está convidada
a participar, porém devem se inscrever até sexta-feira (01/02), às 16h.
Algumas fantasias feitas com redes de pesca apreendidas,
canudinhos e sacos plásticos
Conforme o mestre de apito do Baque, Daniel Ferrão, o ponto alto para os integrantes é sair com o bloco durante o Carnaval, momento em podem mostrar para mais pessoas esta arte popular. “O convite para o Instituto Monitoramento Mirim Costeiro (IMMC) compor nosso bloco este ano surgiu devido ao tema que estamos propondo ‘Forças da natureza’ que tem tudo a ver com o trabalho de educação ambiental e valorização da cultura local que o IMMC realiza com as crianças durante o ano letivo há 6 anos em Garopaba”, comenta Daniel.
O Bloco Maracatu Baque Encantado já existe há 3 anos e começou na Encantada, em Garopaba (SC). Atualmente, os ensaios são no Instituto Federal Santa Catarina (IFSC), todas as sextas-feiras, das 18h às 21h. Participam 40 pessoas e o grupo é aberto à comunidade. No IFSC, os integrantes reproduzem a cultura do Maracatu, que vem de Pernambuco. Originalmente de matriz africana, é muito presente no Recife que conta com mais de 40 grupos de Maracatu, porém lá existe uma conexão com a religião Nação, diferente deste de Garopaba que não tem ligação alguma com a religiosidade.
Para a
Presidente do IMMC, a oceanógrafa Caroline Schio, o convite para participar do
Bloco do Maracatu foi muito bem-vindo. “Estamos felizes demais em ter recebido
este convite do Daniel para participar com eles. Este é o primeiro ano que
vamos ter um bloco de Carnaval para as crianças da comunidade e ter a
experiência de começar dividindo a avenida com o Maracatu Baque Encantado será
incrível. Quando o Daniel nos procurou aceitamos na hora e já começamos a
pensar nas fantasias que irão compor a ala ‘Guardiões dos Oceanos’, objetivo
final do trabalho que desenvolvemos com os alunos das escolas municipais e
crianças da comunidade do centro histórico que atendemos anualmente focando
este conceito de cuidado com a vida costeira. As fantasias estão ficando lindas
e têm as mãos de artesãos parceiros, mães e voluntários do IMMC”, explicou
Carol que enfatizou que estão utilizando materiais reciclados ou reutilizados e
o plástico para chamar a atenção das pessoas para o uso desta resina derivada
do petróleo (PET - polietileno tereftalado), problema mais grave da atualidade
devido ao descarte incorreto.
Fantasia de 'guardiões dos oceanos' com direito a binóculos, lupas e caneta magnética
Segundo dados
da Organização das Nações Unidas (ONU) se continuarmos a consumir o plástico de
uso único, como canudinhos e copos descartáveis da forma que estamos fazendo, até
2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos. A bióloga do IMMC, Amanda
Suita, destaca que “o micro plástico já alcançou a base da cadeia alimentar em
muitos lugares e está sendo encontrado no sal marinho, além de ser ingerido
pelo plâncton, que é a base da alimentação dos oceanos. Isso é muito
prejudicial para todos os seres vivos, não só para a fauna marinha, por isso
temos que parar este consumo desenfreado porque o plástico não se decompõe na
natureza, apenas vai se quebrando em partículas menores, transformando-se em
micro plástico, muito difícil de ser coletado depois”, enfatizou a bióloga.
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